Acompanho com preces e votos de paz e bem a quem está a caminho de Salvador para a IV Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Por uma opção consciente, viajo em direção inversa rumo a Porto Alegre, mas com os mesmos objetivos e sentimentos. Em Salvador, como na segunda e terceira conferências em Olinda e Fortaleza, teria pouco espaço para contribuir com uma reflexão crítica e formulação de propostas.
Desde a primeira hora do lançamento da Ação da Cidadania para a Superação da Miséria e da Fome e pela Vida, dedico-me à defesa e à promoção do direito humano básico ao alimento e à nutrição através de processos educativos e mobilizadores; bem como, à formulação de leis e de políticas públicas.
Desde 2005, com dedicação exclusiva, renunciando ao encargo de Bispo da Diocese de Duque de Caxias, tornei-me peregrino para que nenhuma criança morra criança por causa da miséria e da fome.
Como articulador do CONSEA-MG, alegra-me a presença da delegação mineira e gerazeira em Salvador. Em 1999, com Itamar Franco, Governador em Minas Gerais, foi retomado o processo interrompido em 1995, por FHC.
A convite, de 8 a 11 de novembro, em Porto Alegre, participo do 5º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. Com o tema "As Fronteiras da Extensão" dirigentes, professores e acadêmicos das universidades públicas e particulares de todo o país, se encontram para proclamar a relevância da extensão em sua relação indissociável com a pesquisa e o ensino.
Fico imaginando como seria bom para nosso país um encontro dos intitutos de ensino superior com representantes dos povos do Brasil.
O convite que me foi feito é expressão de um teimoso e esperançoso diálogo com o mundo universitário nos últimos anos. Cabe-me a honra e a responsabilidade de ministrar a conferência na sessão de encerramento do congresso. Com humildade e ousadia, falando com o coração, desejo refeltir sobre a " Extensão Universitária em confronto com a Miséria e a Fome no século XXI".
Fico imaginando como seria bom para nosso país um encontro dos intitutos de ensino superior com representantes dos povos do Brasil.
O convite que me foi feito é expressão de um teimoso e esperançoso diálogo com o mundo universitário nos últimos anos. Cabe-me a honra e a responsabilidade de ministrar a conferência na sessão de encerramento do congresso. Com humildade e ousadia, falando com o coração, desejo refeltir sobre a " Extensão Universitária em confronto com a Miséria e a Fome no século XXI".
Em Porto Alegre ou em Salvador, Josué de Castro, o insuperável profeta nordestino, deve ser ouvido para que se aprofunde nossa convicção que alimento é vida e caminho da paz.
Com Josué de Castro e com o Movimento pela Ética na Política, reflitamos sobre a corrupção e iniquidade de um modelo de desenvolvimento concentrador de riqueza e gerador de degradação ambiental, de miséria e dos males da fome. O problema não é acabar com a pobreza!? Antes que seja tarde, busquemos uma nova ordem para esta república e um novo rumo para o progresso.
Ao mesmo tempo, em que nos alegramos pelo caminho percorrido e pelas conquistas decorrentes desse direito básico e decisivo para tudo o mais, depois que somos dados à luz neste planeta, tenhamos a capacidade de definir objetivos e metas, com seus indicadores, para que os povos do Brasil se libertem da indigência que conduz a sofrer os males da fome.
Com denunciava Josué de Castro, nada atinge tanto o ser humano quanto a fome. Atua no espirito, na estrutura mental e nas relações sociais. Vejam o horror das guerras nas favelas do Rio e em outras regiões metropolitanas. Aliás, a opulência também embota o espírito, angustia a alma e gera muitas doenças.
Urgente que o Governo Federal, muitos Estados e Municípios, ultrapassem as estruturas assistenciais das ações de governo, para prevalecer e resplandecer o direito como fundamento das políticas públicas. O respeito ao meio ambiente é determinante.
A sociedade e as religiões também precisam evoluir da compaixão e da "caridade" para a cultura do direito, da justiça e da solidariedade. Seja nosso grande objetivo ver o povo brasileiro vigoroso, inteligente, criativo e bem humorado.
A sociedade e as religiões também precisam evoluir da compaixão e da "caridade" para a cultura do direito, da justiça e da solidariedade. Seja nosso grande objetivo ver o povo brasileiro vigoroso, inteligente, criativo e bem humorado.
Não queiramos inventar a roda para a superação da miséria e dos males da fome. Nutrição e Educação, eis o binômio indissolúvel indicador do caminho. Escola de tempo integral e um novo programa brasileiro que garanta a quem estuda alimentação e nutrição em cada um dos 365 dias do ano.
O alimento deve ser saudável, adequado e solidário, como direito reconhecido e garantido para cada ser humano que nasce ou vive em nosso Brasil. Mulheres e homens, pobres e ricos, santos e pecadores, crianças e jovens, adultos e idosos comamos e bebamos para viver. Criança não morra criança e a morte aos cem anos seja considerada prematura, cumprindo-se asssim a profecia de Isaias (c.65).
Com urgência, porém, alguns pressupostos para a superação da miséria e dos males da fome devem ser enfrentados. Entre os principais, a erradicação do analfabetismo, a revisão profunda da estrutura latifundiária e a titulação das terras devolutas urbanas e rurais, dentro de um novo projeto de desenvolvimento para o país. Entre tantas medidas, o fortalecimento e a primazia do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do INCRA.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! Paz e Bem. Com os Estados estrangulados por uma impagável dívida com a União; muitas outras coisas, como um novo Pacto Federativo, poderiam ser ditas e certamente o serão.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! Paz e Bem. Com os Estados estrangulados por uma impagável dívida com a União; muitas outras coisas, como um novo Pacto Federativo, poderiam ser ditas e certamente o serão.
Indaiatuba, SP, 6 de Novembro de 2011
+Mauro Morelli, bispo católico e peregrino
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